google.com, pub-1419914821759137, DIRECT, f08c47fec0942fa0
×

Apesar de chapa branca, “Homem com H” é aula de como fazer cinebiografias

Apesar de chapa branca, “Homem com H” é aula de como fazer cinebiografias


Um dos artistas mais disruptivos da história do Brasil, Ney Matogrosso ganha uma cinebiografia nos cinemas nesta quinta (1°/5) em “Varão com H”, que é um tremendo acerto. Apesar de se esquivar de polêmicas, o filme é uma verdadeira lição para filmes do gênero no Brasil e no mundo, que já proporcionou verdadeiras bombas.

Com Jesuíta Barbosa no papel de Ney, o ator dá um show a segmento. Além de tomar muito a origem selvagem e livre do cantor, ele se entregou de corpo e espírito para a fisicalidade do papel, incorporando muito muito as performances artísticas únicas do veterano.

Veja as fotos

Reprodução

Reprodução

Reprodução

Reprodução

Reprodução

Reprodução

Reprodução

Reprodução

WhatsApp Image 2025 04 28 at 17.20.33

Reprodução

Reprodução


A direção é de Esmir Fruto, divulgado no meio cinéfilo por projetos mais modestos e alternativos. Com R$ 18 milhões nas mãos pela Paris Filmes, ele monta uma verdadeira sinfonia que pega (quase) toda a vida de Ney Matogrosso.

O longa começa com uma cena poderoso do jovem artista apanhando do pai por conta dos trejeitos mais femininos. A relação com o pai é um dos ângulos mais explorados pela obra, que mostra o militar amolecendo o coração aos poucos para o cantor conforme ele vai crescendo.

A convívio conturbada em vivenda leva Ney para desbravar o país. Em um primeiro momento, mostra seu maduração já jovem juvenil e jovem adulto na liceu da Força Aérea no Rio de Janeiro, onde há um princípio de roda amoroso, e depois na novidade capital brasileira, a jovem Brasília dos anos 1960.

A partir daí, o filme começa a lucrar suas duas principais histórias: o talento de Ney florescendo e sua sexualidade. A origem da veia artística do cantor é retratada com uma ótima delicadeza e atenção aos detalhes.

A origem do Secos e Molhados é uma passagem rápida no filme, apesar da enorme polêmica que pendurou por anos e anos. Embora o foco maior seja enaltecer Ney Matogrosso, o longa explora pouco ou quase zero as polêmicas e controvérsias do artista. Vale mencionar também que em mais de 40 anos de curso, o cantor possui poucas vírgulas em sua trajetória.

Em aspectos técnicos, “Varão com H” acerta em referto no som e na direção artística, com cuidados necessários. Musicalmente, teve a sorte de ter o próprio Ney Matogrosso participando de algumas passagem, dublando por cima da voz de Jesuita.

As performances marcantes de Ney também são fielmente reproduzidas, com looks icônicos reciclados e com peças idênticas às originais. Com 17 números musicais, as canções são muito dissolvidas e em nenhum momento parece um músico.

O roteiro foi outro ponto analisado pelo artista retratado, que atesta que tudo retratado na telona é verídico. O script começa muito muito e envolve o testemunha, mas perde um pouco de fôlego na reta final.

As idas e vindas com Cazuza são retratadas de forma menos aprofundada, mas ainda com grande peso sentimental. Com uma performance de “O Tempo Não Para”, Jullio Reis justifica sua escolha para o papel com a dificuldade que a cena merece.

A cena final mostra o próprio Ney Matogrosso com um show lotado no Allianz Parque em agosto de 2024, em uma tentativa de erigir um desfecho homérico. Evidencia a risca de venerar o cantor e esquivar das controvérsias e, apesar de meio cafona, foi a forma ideal que o longa encontrou para passar a mensagem que ele ainda não está emérito e que sempre será uma das grandes vozes da MPB.

Nota: 8,0



Source link

Publicar comentário