Glenda Kozlowski relembra ataques ao narrar Olímpiada Rio 2016: “Fui aniquilada”
Glenda destacou que o incidente teve um poderoso impacto emocional, ao ponto dela pedir para deixar o incumbência de narradora
Durante sua participação no Programa Flávio Ricco, a jornalista Glenda Kozlowski fez um desabafo sobre o preconceito enfrentado por mulheres que narram esportes — função historicamente ocupada exclusivamente por homens. Ao relembrar sua atuação porquê narradora nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, Glenda falou sobre a vaga de ataques que sofreu nas redes sociais e o impacto emocional daquela experiência.
“Na Olimpíada do Rio de Janeiro, eu tomei muita pancada — mas muita pancada mesmo — nas redes sociais. Fui aniquilada. ‘Burra’ era o melhor gabo que eu recebia”, contou. “E eu sabia que tinha me pronto muito para narrar aquela Olimpíada. Eu sabia tudo: conhecia todos os atletas, todas as histórias. Levei comigo minha experiência porquê repórter, porquê apresentadora… Eu sabia o que estava fazendo. Portanto, entendi que aquelas críticas não eram técnicas, não tinham relação com meu trabalho. Era porque eu era mulher — mas isso só fui perceber depois”, contou.
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O incidente teve um poderoso impacto emocional, ao ponto de Glenda pedir para deixar o incumbência de narradora. “Fiquei tão arrasada com tudo aquilo… Cheguei à redação chorando. Tirei minha credencial, entreguei à direção e disse: ‘Eu não preciso passar por isso. Eu não quero passar por isso. Não quero mais levantar essa bandeira de narradora mulher. Não quero mais isso’.”
“E eles responderam: ‘Você vai, sim’. E me colocaram para narrar sozinha a final — aquela que acabou me dando as duas medalhas”, continuou.
Ainda durante a entrevista, Glenda destacou que as criticas são por resistência do público em admitir vozes femininas nesse papel de narração. “Depois de tanto tempo analisando tudo o que aconteceu, percebi exatamente o que você está dizendo: não era exclusivamente por eu ser mulher, era porque era uma voz feminina — depois de tanto tempo ocupando a cadeira de narradora. O Brasil acabou de comemorar os 60 anos da TV Orbe, e durante 55 anos foi só varão narrando. As pessoas se acostumaram com aquela voz masculina. Mas, se você não obstinar, não continuar, ninguém vai se habituar com o novo.”
Ela também elogiou a jornalista Renata Silveira, quem tem se realçado porquê narradora: “Essa moça é um espetáculo. Uma supimpa narradora. Uma heroína. Ela faz o que patroa, coloca a voz, a rostro dela, e continua ali mesmo levando porrada.”
Para Glenda, é importante que cada profissional encontre seu próprio estilo e enfrente os desafios técnicos com autenticidade. “Na narração, você vai mourejar com os altos e baixos da voz — o que é normal, porque é o nosso tom de voz. Cabe a nós, porquê profissionais, trabalhar isso. Se a voz motivo qualquer sonido, é ruim para todo mundo — e para a gente também.”
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