“Vale Tudo” aposta na assexualidade para discutir diversidade e surpreende com cena emocionante
Nos próximos capítulos da romance das nove da Orbe, Poliana (Matheus Nachtergaele) vai deslindar que é assexual
O remake de “Vale Tudo” vai trazer à tona um tema importante — e pouco retratado nas novelas — para movimentar a trama e, quem sabe, também turbinar a audiência: a assexualidade. Nos próximos capítulos da romance das nove da Orbe, Poliana (Matheus Nachtergaele) vai deslindar que é assexual, dando início a uma novidade trama criada pela autora Manuela Dias que não existia na versão original.
A revelação acontece em seguida uma conversa inusitada com a mana, Aldeíde (Karine Teles), que sempre desconfiou que havia um tanto de dissemelhante no comportamento do irmão. A conversa, enxurrada de humor e afeto, começa despretensiosa, mas logo ganha peso emocional: “A verdade é que… eu não paladar de ósculo, Aldeíde. Acho ósculo uma coisa muito molhada”, confessa Poliana, para o espanto da mana.
Aldeíde, porquê muita gente, reage com aquela pergunta automática: “Mas se beijar é molhado, transar é o quê?”. Poliana não hesita: “Um horror. Não paladar também. Eu nunca gostei”.
Aldéide, ainda confusa, decide recorrer à internet — e à perceptibilidade sintético — para deslindar se isso é doença. No celular, a assistente virtual esclarece: “Não. Assexualidade ou espectro assexual é a falta totalidade, parcial ou condicional de atração sexual por qualquer outra pessoa, independente do sexo biológico ou gênero”.
Emocionado, Poliana reconhece que finalmente encontrou um nome para o que sente: “Aldeíde, acho que eu sou isso que ela falou”.
O diálogo é repleto de emoção e de guarida. Aldeíde, de início perdida, logo abraça o irmão e mostra empatia:
“Eu sei, meu irmão. E eu te peço milénio desculpas por não ter nem intrigado. Às vezes, o mais difícil de ver é justamente o que está mais perto”.
Essa trama vem para ampliar o debate sobre volubilidade na TV oportunidade — um tanto que, curiosamente, foi abordado recentemente em “Travessia”, última romance de Gloria Perez. Se lá o tema não teve tanto destaque, cá ele chega de forma mais profunda e humana, com diálogos que soam verdadeiros e delicados.
Mais do que uma reviravolta para a história, a cena de Poliana é um invitação ao público para entender e respeitar quem vive fora dos padrões esperados. Por fim, porquê Aldeíde diz, não é preciso entender tudo para amar alguém de qualquer jeito.
Com isso, a autora de “Vale Tudo” tenta mostrar que, além das tramas de segredos e vingança, também é capaz de tratar temas sociais com sensibilidade — e é isso que o público espera de uma boa romance das nove.
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