Mauro Cid relata ao STF que Bolsonaro editou documento sobre anulação de eleições de 2022
Prova aponta que o ex-presidente leu e modificou texto que previa mediação e novidade eleição. Documentos e depoimentos começam a ser colhidos nesta semana por Moraes, PGR e defesas
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), declarou ao Supremo Tribunal Federalista (STF), nesta segunda-feira (9/6), que o ex-presidente teve participação direta na estudo e modificação de uma minuta de decreto que sugeria a anulação das eleições de 2022. O documento, segundo Cid, foi lido, medido e túrbido por Bolsonaro, que teria removido trechos com menções explícitas à prisão de autoridades dos Três Poderes.
De concordância com o militar, Bolsonaro teria “enxugado” o teor original do texto, mantendo a proposta meão de invalidação do pleito e convocação de um novo processo eleitoral, mas eliminando nomes de ministros do Supremo Tribunal Federalista, além dos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados. Ainda assim, o texto revisado por Bolsonaro manteria críticas e medidas direcionadas ao ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações que envolvem o ex-presidente.
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“Seria produzir uma novidade eleição baseada numa eleição anulada”, declarou Cid, ao descrever o objetivo da proposta. Ainda segundo ele, o texto sugeria a formação de uma novidade percentagem eleitoral para organizar o pleito, mesmo em seguida a confirmação da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.
Cid afirmou ainda que o portanto comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, teria se posto à disposição para estribar a realização do decreto, caso fosse necessário. Segundo ele, Garnier “deixou as tropas à disposição” em um eventual cenário de mediação.
A novidade rodada de depoimentos ocorre no contexto da Operação Tempus Veritatis, deflagrada em fevereiro pela Polícia Federalista, e que investiga um suposto projecto para impedir a posse do presidente eleito. Os desdobramentos da operação incluem mandados de procura e inquietação, quebras de sigilo e prisões preventivas de aliados do ex-presidente, além da estudo de documentos e trocas de mensagens entre os envolvidos.
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