Fraudes no INSS: 43% da população responsabiliza governo Lula por piora do caso
Levantamento pátrio mostra que a percepção negativa sobre a atuação do Planalto em meio ao escândalo de descontos indevidos em aposentadorias supera 50%
Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (16/6) realizada pelos institutos Ipsos-Ipec indica que mais da metade da população brasileira avalia de forma sátira a resposta do governo federalista diante das denúncias de fraudes no Instituto Vernáculo do Seguro Social (INSS). Ao todo, 54% dos entrevistados classificaram porquê ruim ou péssima a conduta da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) frente à crise.
O levantamento, orientado entre os dias 5 e 9 de junho, com duas milénio pessoas em 132 cidades brasileiras, apontou ainda que 43% da população acredita que o governo Lula tem responsabilidade direta pelo agravamento do esquema fraudulento, por conta do aumento significativo no volume das irregularidades durante sua gestão. Por outro lado, 35% dos entrevistados avaliam que as fraudes começaram no governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL), e só vieram à tona graças à investigação conduzida pelo atual Executivo.
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Os números também revelam um quadro de subdivisão na opinião pública: 6% afirmaram concordar com ambas as interpretações, enquanto 4% não concordam com nenhuma delas. Já 12% preferiram não opinar ou não souberam responder.
Ou por outra, a pesquisa pediu aos participantes que avaliassem a atuação do governo especificamente sobre os descontos indevidos aplicados por entidades associativas a aposentados e pensionistas. Somente 22% classificaram a resposta porquê boa ou ótima. Outros 18% a consideraram regular, 13% afirmaram que foi ruim; enquanto 41% disseram que foi péssima.
O escândalo veio à tona em abril, quando a Polícia Federalista (PF) e a Controladoria-Universal da União (CGU) deflagraram uma operação que revelou fraudes em tamanho, com valores desviados estimados em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Segundo as autoridades, associações utilizaram assinaturas falsas para inscrever beneficiários sem autorização, cobrando mensalidades diretamente das aposentadorias.
O impacto das denúncias levou à destituição do portanto presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e ao retiro de diversos servidores. Seis suspeitos ligados às entidades envolvidas foram presos.
Já em junho, o novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, afirmou que o órgão recebeu mais de 3 milhões de pedidos de revisão de cobranças indevidas, montante que pode gerar uma restituição de até R$ 2,1 bilhões, considerando a correção inflacionária.
A pesquisa Ipsos-Ipec possui margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos e um nível de crédito de 95%.
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