Alexandre de Moraes chama atenção de testemunhas durante depoimentos sobre tentativa de golpe
Em audiência no STF, Moraes repreende testemunhas e pede que falem só o que sabem, sem dar opinião
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federalista (STF), repreendeu duas testemunhas de resguardo do ex-ministro da Justiça Anderson Torres durante uma audiência realizada nesta quarta-feira (28/5). Os depoimentos fazem secção das investigações que apuram se houve uma tentativa de golpe de Estado depois as eleições de 2022.
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Uma das testemunhas ouvidas foi Antonio Ramiro Lourenzo, que atuou uma vez que número dois do Ministério da Justiça na gestão de Anderson Torres. Durante sua fala, Lourenzo afirmou que, na sua visão, não houve tentativa de golpe. “Essa termo ‘golpe’ eu só escuto na mídia. Acho que não teve zero nesse sentido”, disse ele.
A fala foi interrompida por Moraes, que fez uma mensagem: “Se o senhor acha ou não que houve golpe, isso não é importante para a Incisão. Se atenha somente aos fatos.” O ministro reforçou que o objetivo da audiência era ouvir informações concretas, e não opiniões pessoais.
Mais tarde, outra testemunha também causou incômodo no plenário. Rosivan Correia de Souza, servidor da Secretaria de Segurança Pública do Província Federalista, falou sobre a relação entre a Secretaria e a Polícia Militar (PM). Segundo ele, a PM não estaria subordinada à Secretaria, somente ligada a ela administrativamente.
Essa enunciação gerou dúvidas entre os presentes, e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu esclarecimentos. A resguardo de Anderson Torres alegou que, conforme o organograma do governo do DF, a relação entre os dois órgãos seria mesmo de “vinculação” e não de “subordinação”.
Alexandre de Moraes discordou da explicação. “Eu fui secretário de Segurança. Há relação de totalidade subordinação. O secretário de Segurança comanda a Polícia Militar e a Polícia Social”, afirmou. Ele pediu que a testemunha respondesse de forma direta ao questionamento feito.
Mesmo assim, Rosivan manteve sua opinião inicial. Diante disso, Moraes reagiu com ironia: “O secretário de Segurança é uma rainha da Inglaterra cá?”, questionou, indicando que, na prática, o secretário tem sim domínio sobre as forças de segurança.
Esses depoimentos fazem secção de uma investigação que analisa o provável envolvimento de autoridades públicas em ações que buscavam impedir a posse do presidente eleito em 2022. O caso continua sendo analisado pelo STF.
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