Assistimos a todos os filmes que concorrem ao Oscar 2025. Veja o que achamos!
Assistimos a todos os filmes que concorrem ao Oscar 2025. Veja o que achamos!
Faltam poucas horas para o Oscar 2025 e o portal LeoDias está de olho nos indicados! Antes da edição do prêmio que reúne os melhores filmes do ano, nossa reportagem se debruçou nos 10 longas indicados à categoria de melhor filme do ano e avaliou um a um. Veja o que nossa equipe achou sobre os filmes:
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Ainda Estou Cá
Luiz Henrique Oliveira, editor-chefe
A essa profundidade do campeonato, há pouco a manifestar sobre “Ainda Estou Cá”. Walter Salles faz um retorno poderoso, posteriormente mais de 10 anos distante do cinema narrativo, com uma obra que transcende o cinema e se firma uma vez que um documento histórico sobrecarregado de emoção e simbolismo, tanto para brasileiros quanto para o público que abraçou o filme ao volta do planeta.
A história de Eunice Paiva, interpretada de forma soberba pela agora “totalmente indicada” Fernanda Torres, nos transporta para os anos de chumbo da ditadura militar brasileira, onde a luta por justiça se confunde com a dor da perda. Com uma retrato que evolui conforme o tempo avança, o filme nos guia pelos traumas e transformações de uma mulher que se recusou a ser silenciada.
O que mais impressiona em “Ainda Estou Cá” é a maneira uma vez que Salles equilibra o drama pessoal e o contexto político sem desabar em exageros ou didatismos. A jornada de Eunice, de esposa e mãe a ativista e símbolo de resistência, é construída com um realismo que envolve completamente a quem assiste.
A atuação de Torres é, uma vez que todos os prêmios evidenciam, arrebatadora, transmitindo cada nuance de sua personagem — do temor e desespero iniciais à força inquebrantável que surge com o passar dos anos. O estilo de direção de Salles usa a câmera na mão para colocar o testemunha dentro da narrativa, tornando cada momento ainda mais visceral, ao mesmo tempo em que o naturalismo das atuações nos aproxima desses personagens.
Leste é, portanto, um daqueles filmes que não se esquecem facilmente. Para além de todo o contexto histórico que a produção tomou (é o primeiro filme latino-americano, falado em português e 100% produzido no Brasil a ser indicado uma vez que Melhor Filme no Oscar), “Ainda Estou Cá” não unicamente emociona, mas também nos lembra do poder do cinema em resgatar memórias e dar voz a histórias que não podem ser apagadas. É uma obra-prima que precisa ser vista — e sentida — com o coração. Nota: 10/10
Conclave
O filme dirigido por Edward Berger veio com uma proposta ousada: terebrar as portas do Vaticano e mostrar o que acontece durante as eleições para escolher o cardeal que irá simbolizar a Igreja Católica em todo o mundo. O longa, bom salientar, é uma ficção, inspirada no livro homônimo de Robert Harris, que conta os desafios enfrentados pelo Cardeal Lawrence (Ralph Fiennes) no processo de escolha do novo Conclave, a eleição entre os principais representantes da Igreja Católica para escolha do novo Papa.
Sendo o “decano” entre os cardeais, o personagem vivido por Fiennes é o responsável por organizar as eleições entre os arcebispos e isolá-los do mundo exterior, por mais reptante que seja. Entre tramas políticas, reuniões secretas e segredos revelados, o filme prende e choca do primícias ao último minuto.
Por mais ficcional que seja, o longa não se esquiva de polêmicas recentes da Igreja Católica e põe vários “dedos nas feridas” de casos que abalaram a instituição religiosa uma vez que escândalos sexuais e prevaricação.
O filme ganha ainda mais contextos de atualidade com o grave estado de saúde do Papa Francisco e a possibilidade de um novo Conclave ocorrer.
Se há uma dica que o portal LeoDias pode dar para quem pretende testemunhar o longa é: não pegue spoilers! O final de Conclave tem uma das revelações mais chocantes do cinema nos últimos anos. É o tipo de filme que traz reflexão e que gera longos debates entre círculos de amigos e familiares.
Apesar de estar muito presente na temporada de premiações, o filme não tem levado muitos prêmios para lar. O longa está indicado a 8 categorias no Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor (Edward Berger); Melhor Ator (Ralph Fiennes); e Melhor Roteiro Ajustado (Peter Straughan). Nota: 9/10
A Substância
O gênero body horror veio para permanecer com “A Substância”. Se antes as pessoas conheciam o terror corporal de David Cronenberg, que explorava monstros e transformações físicas uma vez que em “A Mosca” (1986), agora conhecem com uma sacada ainda mais genial da cineasta Coralie Fargeat.
O longa brinca com a dualidade sátira sobre o corpo feminino versus a repugnância. Enfim, não tinha tema melhor para ilustrar o que é a degradação do corpo humano no ponto de vista da sociedade. O corpo feminino sempre será uma taxa potente para se debruçar quando falamos de julgamento.
Num momento em que o corpo padrão voltou a ser uma dor de cabeça para as mulheres, onde vemos a cultura da malhação ser cada vez mais difundida – e não é por questões de saúde – o longa com Demi Moore no papel principal bate uma vez que um soco no estômago.
A personagem é uma mulher de 50 e poucos anos, uma renomada apresentadora de um programa televisivo de aeróbica, que enfrenta a dura verdade que muitas mulheres enfrentam no mercado de trabalho: ela não serve mais para aquela função. Elisabeth Sparkle é demitida por seu dirigente, um varão geral, até mais velho que ela, mas que consegue tudo o que quer simplesmente por ser… varão.
Vemos uma mulher arrasada e devastada por conta de alguma coisa que não tinha lhe derrubado a ficha. Ela envelheceu. O corpo já não é mais o mesmo; está enrugado, perdeu o cintilação da juventude. Chegou aquele momento que toda mulher vive: o de não se sentir mais útil.
Aí é que vem Demi Moore e a conexão com a história da atriz. O papel é todo dela. Conhecida por ser um grande sexy symbol na dezena de 1990 e uma das atrizes mais muito pagas na era, Demi enfrentou queixas por ser “formosa demais e talentosa de menos”. As críticas, é simples, afetaram a percepção da artista de si mesma, o que reduziu aos poucos o seu trabalho nas telonas.
A maturidade lhe fez muito muito: retornou com tudo em “A Substância” e veio para mostrar que não é unicamente um rostinho bonito. No Festival de Cannes, o filme foi ovacionado por 13 minutos consecutivos. Ganhou o Orbe de Ouro, o Critics’ Choice Awards, o SAG Awards e é a principal concorrente de Fernanda Torres ao Oscar de Melhor Atriz.
Além de explorar o paixão próprio dos corpos femininos, levando às telas a diferença entre uma mulher mais velha (Demi Moore) e uma mulher mais jovem (Margaret Qualley), o filme explora a sensação de “nojo” muito muito. Saímos extasiados, com um nó no estômago, repugnantes do que acabamos de ver.
Ao final, o laboratório que Elisabeth procura acaba oferecendo a substância que reduz aos poucos a sua vida e a torna num monstro. Ela prefere sua versão mais jovem por considerá-la “melhor”; a diretora tenta edificar uma relação de duplo sentido entre as duas, buscando referências literárias por meio de Oscar Wilde com “O Retrato de Dorian Gray”. O monstro diz “Ainda sou eu” e constrói essa relação filosófica no desfecho da narrativa.
O sentimento é de incômodo; e se Coralie Fargeat queria isso, conquistou muito muito. Nota: 9/10
Anora
Quando vamos ao cinema, muitas vezes esperamos aquele habitual roteiro de construção narrativa. Uma introdução, desenvolvimento, orgasmo e desfecho. Porém, o auge de Anora é sempre a próxima cena. O maior sem razão é o que ainda não aconteceu. Em pouco mais de duas horas, o longa de Sean Baker é uma verdadeira viagem ao puro e completo caos.
No filme somos apresentados a Anora, perfeitamente interpretada por Mikey Madison, uma dançarina erótica de Novidade Iorque. A rotina dela na boate já torna a história interessante, mas a coisa começa a escalar quando um herdeiro russo surge no sítio e se interessa na protagonista, que possui prosápia russa.
A partir daí, ganha contornos “Se Ingerir, Não Case” até chegar no primícias do vértice. Quando os planos de Anora começam a transpor dos trilhos, a comédia violenta começa a fulgir por conta própria.
O maior valor do longa é a transporte de Sean Baker. O roteiro possui um ritmo difícil, e o americano aplica uma maestria sem igual.
Madison é outra que faz tudo ocorrer. A concorrente de Fernanda Torres ao Oscar de Melhor Atriz sabe a hora de correr e a hora de dar contornos de drama. O ator Yura Borisov, que concorre à categoria de coadjuvante, é um inventiva e entrega uma versão simples e formosa.
O final de “Anora” é uma desconstrução de todo o turbilhão e dá um novo ponto de vista a tudo que o testemunha viu anteriormente. Se prepare para rir, chorar e ser pego em pensamentos conflituosos. Nota: 9/10
Wicked
A adaptação cinematográfica de Wicked, dirigida por Jon M. Chu, chegou carregada de expectativas e já garantiu um lugar de destaque na temporada de premiações. Com 10 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, o longa se tornou um dos favoritos da indústria. Mas será que toda essa saudação é justificada? O portal LeoDias assistiu e analisa os méritos (e desafios) dessa superprodução.
No quesito design de produção, Wicked faz jus ao universo grandioso da Broadway. Figurinos detalhados, maquiagem impecável e uma direção de arte que transforma Oz em um cenário cinematográfico rico e vibrante. Os efeitos visuais elevam a fantasia sem desabar no excesso, criando um estabilidade entre o real e o mágico.
No entanto, apesar do esmero técnico, falta um toque inovador que o diferencie de outros musicais já consagrados no cinema. O resultado é um espetáculo belíssimo, mas que não necessariamente expande os limites do gênero.
A força de Wicked está em suas protagonistas. Cynthia Erivo (Elphaba), indicada ao Oscar de Melhor Atriz, entrega uma performance enxurro de nuances e profundidade emocional. Sua voz potente brilha em números uma vez que Defying Gravity, um dos momentos mais arrebatadores do filme. No entanto, sua abordagem mais introspectiva pode dividir opiniões para alguns, uma escolha sofisticada, para outros, um tom contido demais para certos momentos dramáticos.
Já Ariana Grande (Glinda), indicada uma vez que Melhor Atriz Coadjuvante, surpreende ao lastrar comédia e drama na medida certa. Sua Glinda é vibrante, carismática e evolui de forma suasório ao longo da trama. Se havia dúvidas sobre sua capacidade de sustentar um papel desse nível, ela as dissipa com naturalidade. Além dos vocais impecáveis, Ariana demonstra um domínio de cena que reforça seu propagação uma vez que atriz.
Com indicações em categorias uma vez que Melhor Trilha Sonora Original, Edição e Efeitos Visuais, Wicked se firma uma vez que uma produção grandiosa e muito executada. No entanto, sua recepção dependerá do quão dispostos os votantes da Liceu estarão a premiar um músico com potente apelo mercantil.
Ainda que não traga inovações ao gênero, Wicked já consolidou seu espaço uma vez que um dos eventos cinematográficos do ano e reafirma o poder do músico em Hollywood. Resta saber se Oz conseguirá fulgir também na noite do Oscar. Nota: 9,5/10
Duna: Secção 2
“Duna: Secção 2” traz a mesma conhecimento e rigor da produção que seu predecessor, mas não conseguiu repetir o mesmo triunfo nas indicações ao Oscar. Enquanto o primeiro “Duna” ganhou seis das dez categorias ao qual foi indicado em 2022, o segundo filme da saga concorre a unicamente cinco estatuetas, incluindo Melhores Efeitos Visuais, e simples, Melhor Filme.
Lançado no início de 2024, o longa foi não só sucesso de bilheteria, mas também sucesso entre o público, sendo ovacionado em sites de avaliação popular – uma vez que o Letterboxd, e ganhado destaque nas redes sociais na era de lançamento.
A adaptação cinematográfica de Denis Villeneuve do homérico literário homônimo de Frank Herbert traz a prosseguimento direta da história de Paul Atreides (Timothée Chalamet), herdeiro de uma das famílias mais influentes do universo e rebento de uma feitiçeira, Lady Jessica (Rebecca Ferguson), capaz de prever o porvir.
Depois o pai de Paul suportar um atentado que dizimou todos que conhecia, o jovem é asilado pelo povo Freemen e conhece Chani (Zendaya), por quem ele se apaixonará. Paul portanto se junta à luta contra o mesmo predomínio intergalático que seu pai jurou servir, enquanto lida com o trajo de ser chave principal de uma antiga profecia: uma que o coloca uma vez que responsável por uma guerra que matará bilhões ao volta do universo.
Assim uma vez que o predecessor, “Duna: Secção 2” traz um conjunto potente e impressionante de roteiro, atuações e, principalmente, efeitos técnicos e visuais. Não é a toa que o predecessor ganhou as principais categorias técnicas da noite, feito que a segunda segmento tem condições de repetir.
O longa, no entanto, não parece ter agradado os críticos da liceu. O filme ficou de fora de duas importantes, e merecidas, categorias – Melhor Direção e Melhor Trilha Sonora. E apesar da indicação de Melhor Filme, “Duna: Secção 2” está longe de estar entre os favoritos a levar o prêmio, embora tenha todos os elementos para merecer a estatueta. Nota: 9,5/10
Emília Pérez
Concorrendo em 13 categorias, “Emilia Perez” tinha tudo para passar o rodo na noite do Oscar. Com indicações incluindo “Melhor Filme”, “Melhor Diretor” e “Melhor Atriz”, o músico levou vários dos prêmios considerados “termômetros” para o Oscar, uma vez que Cannes e o BAFTA. Mas por que o “músico criminal” teve tantas indicações? Ele realmente merece esse “auê” todo?
O diretor gálico Jacques Audiard irregularidade em tudo que se presta a fazer. Grande segmento das músicas é cantada em sussurros, em cenas quase que desconectadas da trama universal. A segmento “criminal” é rasa e retrata um México estereotipado que não condiz com a verdade. A representatividade trans do personagem da Karla Sofía Gascón é equivocada, com um foco desnecessário na segmento de cirurgias e aparências, além de substanciar a binariedade.
Mesmo com mais de duas horas de duração, o testemunha não consegue se conectar emocionalmente com nenhum dos personagens. O anacronismo do filme também incomoda. A boa performance de Zoë Saldaña se perde entre cenas desencaixadas. Selena Gomez deixa muito a desejar, vocalmente e em sua atuação.
Se não se levasse tanto a sério, o filme poderia ser considerado um “brega risonho”, mesmo com todos os males que assombram seu roteiro e atores. Seria verosímil “passar um tecido” nos problemas, se não fossem as falas problemáticas de Jacques e o pretérito preconceituoso de Karla.
Porém, uma coisa não se pode negar: o filme é cinematograficamente bonito. Ignorando o sabido e xenofóbico filtro sépia, a elaboração é muito feita e os visuais agradam os olhos. Fora isso, recomenda-se testemunhar sem muitas pretensões. Você vai se decepcionar. Nota: 4/10
Nickel Boys
Indicado ao Oscar 2025 nas categorias de Melhor Filme e Melhor Roteiro Ajustado, “Nickel Boys” é um dos longas que deixam um paladar amargo na boca posteriormente chegar ao vértice da dramática história. O filme se passa em um reformatório da Flórida, nos anos 1960, e acompanha dois jovens afro-americanos que enfrentam absurdos no sítio.
Fundamentado no livro homônimo de Colson Whitehead, vencedor do Prêmio Pulitzer, o filme é protagonizado por Elwood Curtis (Ethan Herisse) e Turner (Brandon Wilson). A direção de RaMell Ross, complicada em alguns momentos e delicada em outros, leva o testemunha a sentir angústia diante dos abusos sofridos pelos jovens na instituição retratada.
A produção desenterra uma tragédia absurda, chocando com sequências dolorosas e o drama de um garoto que estava no lugar inverídico, na hora errada. A lei da sobrevivência para o protagonista muda quando ele conhece um verosímil colega no reformatório, alguém que parece disposto a ajudá-lo.
Enquanto isso, a instituição e seus funcionários tentam, o tempo todo, incluir na cabeça daqueles rapazes que, provavelmente, eles nunca se livrarão daquele lugar. O superintendente Spencer (Hamish Linklater) comanda os jovens sob a desculpa de estar cumprindo o libido de Deus, mas enterra vários rapazes no terreno do reformatório.
A avó de Elwood (Aunjanue Ellis-Taylor) sofre do lado de fora, sentindo-se impotente na luta para tirar o neto daquele inferno. A linguagem visual de Nickel Boys é incrível e adiciona um tom ainda mais impactante a essa história potente e devastadora que desculpa um enorme impacto.
O grande problema do filme está no ritmo lento, que pode irritar os mais impacientes. Em contraste, as sequências em primeira pessoa oferecem uma abordagem interessante. Seguir a história pode parecer difícil no primeiro momento, mas o desfecho prova que Nickel Boys carrega o peso de uma delação silenciosa e muito amarrada. Nota: 8/10
Um Completo Incógnito
Luiz Henrique Oliveira, editor-chefe
James Mangold retorna ao universo das biografias musicais com Um Completo Incógnito, mas desta vez ele não se contenta em unicamente recontar uma história – ele procura tomar a espírito inquieta de Bob Dylan. O filme se concentra no período de subida do cantor, desde sua chegada a Novidade York até a controversa guinada elétrica no Newport Folk Festival de 1965. Não é um simples biopic, mas um retrato pulsante de um artista em ebulição, que se reinventa à medida que o mundo ao seu volta muda. A recriação do Greenwich Village é impecável, transmitindo a efervescência de uma cena músico que transformaria a cultura para sempre.
Timothée Chalamet entrega uma performance hipnotizante, equilibrando o carisma magnético de Dylan com sua conhecida aversão aos rótulos e expectativas. Ele não unicamente incorpora os maneirismos do cantor, mas traduz sua origem indecifrável, transitando entre a introspecção e a rebeldia.
A relação com Joan Baez (vivida por Monica Barbaro) se destaca uma vez que um dos pontos fortes da trama, ilustrando o embate entre o idealismo da era e a premência de Dylan de seguir sua própria visão artística. A sequência do show em Newport, que simboliza o choque entre tradição e renovação, é conduzida com uma tensão crescente, tornando-se o vértice emocional do longa.
Ao evitar os clichês dos filmes biográficos, Um Completo Incógnito não procura interpretar Dylan, mas sim concordar seu mistério, mesmo que isso signifique sacrificar o ritmo do longa, que às vezes se perde ao tentar lastrar as cenas que demonstram o espírito inquieto do artista com seus romances, apresentados de forma pouco suasório.
Com uma direção segura, uma trilha sonora impactante e uma atuação memorável de Chalamet (além dele, Barbaro e Edward Norton entregam um trabalho muito interessante), o filme não unicamente narra a história do cantor, mas questiona o que significa ser leal à própria arte. Uma vez que Dylan muito demonstrou ao longo de sua curso, a única certeza é a mudança, e Mangold nos lembra disso em cada cena. Nota: 8/10
O Brutalista
Depois evadir de uma prisão europeia, László Tóth, arquiteto renomado que carrega um pretérito marcado pela segunda guerra, encontra nos Estados Unidos a promessa de uma novidade vida. Na Pensilvânia, ele recebe invitação de um empresário milionário para projetar uma obra ousada, que parece ser o fundamento de uma novidade vida.
No entanto, “O Brutalista” vai muito além da expectativa de uma história de superação e recomeço. Muito pelo contrário, a narrativa se desvia do otimismo, com uma visão fragmentada em um filme dividido em três momentos diferentes da vida do arquiteto, cada um mais cruel, rijo e reptante que o outro.
Imerso em um país onde deveria encontrar liberdade, Tóth, interpretado magistralmente por Adrien Brody, na verdade, acaba se perdendo na experimentação e em suas próprias prisões. O brutalismo que o protagonista não se limita às suas criações arquitetônicas, mas invade sua origem, com uma narrativa densa e potente.
Apesar de sua grandiosidade, o filme exige paciência. Com mais de três horas de duração, a trama se desenrola de forma meticulosa, exige atenção aos detalhes, e torna-se cansativa. O ritmo lento e a densidade dos temas abordados fazem com que seja fácil perder o foco, tanto é que a trama conta com uma pausa.
Simples, cada cena tem seu propósito dentro da construção da história. Prova disso é que os personagens se movem uma vez que peças de um jogo instável, onde mocinhos e vilões trocam de papéis incessantemente. Essas transformações são um dos pontos altos do filme, mas a forma uma vez que são construídas ao longo da trama podem ser cansativas.
No termo, “O Brutalista” não se limita a recontar a história da construção de um prédio – ele ergue e destrói relações humanas e explora dilemas éticos. É um ótimo filme para quem procura uma performance marcante e um mergulho em questões históricas, mesmo sem ser fundamentado em fatos reais. No entanto, entre os concorrentes ao Oscar, é, sem incerteza, o mais fadigoso. Nota 8/10
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