Bolsonaro sobre reunião que discutiu golpe: “Buscamos saídas dentro da Constituição”
Ex-presidente é interrogado no Supremo Tribunal Federalista acerca do sindicância que investiga trama golpista
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, foi ouvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no contexto do sindicância que investiga a trama golpista articulada em 2022 para impedir que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assumisse seu terceiro procuração. Durante o testemunho, Bolsonaro confirmou ter participado de uma reunião com coronéis para discutir diversos assuntos, afirmando que “talvez tenha sido nessa reunião que estudamos possibilidades dentro da Constituição”.
“Nunca saímos das quatro linhas da Constituição. O próprio comandante Paulo Sérgio falou que tínhamos que ter muito zelo na questão jurídica, porque não podíamos fazer zero fora disso. Obviamente, a gente sabia disso e abandonamos qualquer possibilidade de uma ação inconstitucional”, afirmou.
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Na segunda-feira (9/6), o STF ouviu Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que confirmou a existência de uma minuta golpista, a qual teria sido lida e editada diretamente pelo ex-presidente. Questionado sobre o documento, Bolsonaro negou ter conhecimento sobre ele.
“Isso foi disposto em uma tela de televisão e mostrado de forma rápida, mas a discussão desse ponto já começou sem força, de modo que zero foi adiante. A teoria que alguns levantaram seria um Estado de Sítio, por exemplo. Até ouvi o ministro Fux questionando se foi assinado ou não. O Estado de Sítio, porquê rege a nossa Constituição, exige primeiro um veste concreto e depois a convocação dos Conselhos da Resguardo e da República, o que não foi feito”, destacou.
Apesar de confirmar que houve a teoria de impedir que Lula subisse a rampa do Palácio do Planalto, Bolsonaro ressaltou que “em nenhum momento se cogitou fazer alguma coisa fora da lei”.
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