google.com, pub-1419914821759137, DIRECT, f08c47fec0942fa0
×

De vilã temida a meme? Cena de Odete no videogame marca queda de prestígio de “Vale Tudo”

De vilã temida a meme? Cena de Odete no videogame marca queda de prestígio de “Vale Tudo”


O momento, tratado uma vez que consolação cômico, caiu mal entre o público, que considerou a escolha incoerente com o perfil da icônica personagem, que é símbolo de frieza e sofisticação

O remake de “Vale Tudo” começou cingido de expectativas — e agora enfrenta uma vaga crescente de críticas e repudiação. O pavio? Uma cena inusitada em que Odete Roitman (Débora Bloch) aparece jogando videogame. O momento, tratado uma vez que consolação cômico, caiu mal entre o público, que considerou a escolha incoerente com o perfil da icônica vilã e símbolo de frieza e sofisticação. O incidente se tornou símbolo do que muitos apontam uma vez que o problema medial da novidade versão: a falta de rumo.

A principal sátira gira em torno da dificuldade de adaptação do texto original aos tempos atuais. A novidade versão tenta simplesmente “transpor” as situações dos anos 1980 para 2024, sem o devido contexto ou atualização de linguagem, o que gera estranhamento. Onde havia sátira social, hoje sobra artificialidade. Onde havia tensão, hoje reina a superficialidade.

Aliás, personagens centrais perderam densidade. Odete, por exemplo, foi suavizada, perdeu a crueldade estratégica e virou quase uma caricatura de si mesma. Heleninha (Paolla Oliveira), por outro lado, surgiu com mais força, mas sem o peso emocional que a consagrou. O resultado? Uma trama desequilibrada, sem antagonistas fortes e sem personagens por quem o público torça ou se comova.

A estrutura dos capítulos também virou níveo de queixas. Falta de ritmo, repetição de temas, pouquidade de viradas marcantes. Há episódios inteiros girando em torno de uma única trama (uma vez que o sumiço dos dólares), sem progresso significativo. Isso gera cansaço — e, pior, desinteresse.

O público, hoje mais exigente e conectado, sente quando falta consistência. E nas redes sociais, o veredito tem sido simples: o remake não entendeu o espírito da obra original e tampouco conseguiu fabricar uma novidade psique. O saldo é uma romance que tenta aprazer sem ousar, e que — ao fugir do conflito — acaba esvaziando o que fez “Vale Tudo” ser o clássico que foi.

A direção e o texto ainda têm tempo para ajustar o curso. Mas será preciso mais do que memes e estética moderna. Vai ser preciso coragem de traje — para recriar, aventurar e, supra de tudo, respeitar a perceptibilidade do público.



Source link

Publicar comentário