Ex-diretor da PRF diz que recebeu ordem para blitz no Nordeste durante eleições 2022
A oitiva ocorreu no contexto do processo criminal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado atribuída a integrantes do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro
Em testemunho à Justiça nesta terça-feira (27/5), Djairlon Henrique Moura, que ocupava o incumbência de diretor de operações da Polícia Rodoviária Federalista (PRF) durante as eleições de 2022, confirmou ter recebido orientações do Ministério da Justiça para realizar abordagens a ônibus com rumo à região Nordeste.
A oitiva ocorreu no contexto do processo criminal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado atribuída a integrantes do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação penal é conduzida pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federalista (STF), que começou a escutar as testemunhas de resguardo do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
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Durante o testemunho, Djairlon reiterou que as ações de fiscalização tinham porquê objetivo impedir delitos porquê transporte de recursos ilegais e meio irregular de eleitores, e não restringir o aproximação às urnas. “Foi solicitada a realização de uma operação antes da eleição dos ônibus que saíssem de SP e da região Núcleo-Oeste com rumo ao Nordeste com votantes e recursos financeiros que já estavam em investigação pela PF”, declarou.
Segundo um servidor da própria PRF, a regra para intensificar as abordagens partiu do próprio Djairlon, com base em informações da lucidez da corporação. Ainda segundo esse relato, a subida cúpula do órgão teria orientado os agentes a “tomar um lado”, sob ordem do logo diretor-geral da PRF.
Apesar disso, Djairlon negou que tenha havido viés político na operação. Ele garantiu que as ações foram realizadas de forma célere e sem excessos: “Em mais de 60% dos veículos, não demorou mais de 15 minutos”.
Ele também revelou que Anderson Torres, à era no comando do Ministério da Justiça, solicitou interesse supremo da PRF e da Polícia Federalista durante o período eleitoral. O objetivo, segundo ele, era prometer a legitimidade do processo. Torres teria pedido para que ambas as forças se mobilizassem para coibir práticas porquê o transporte ilícito de valores e de eleitores. O ex-diretor frisou: não houve direcionamento para interferência política nas operações.
A agenda da semana no STF prevê a oitiva de 25 testemunhas arroladas pela resguardo de Torres. Entre os que prestam testemunho estão delegados de diferentes forças de segurança: Braulio do Carmo Vieira (Polícia Federalista); Luís Flávio Zampronha (Polícia Federalista); Alberto Machado (Polícia Social do Província Federalista); George Estefani de Souza (Polícia Social do Província Federalista); Djairlon Henrique Moura (PRF); Caio Rodrigo Pellim (Polícia Federalista); e Saulo Moura da Cunha (ex-diretor da Abin)
Criminação formal da PGR
No dia 26 de março, a Procuradoria-Universal da República apresentou ao Supremo uma denúncia contra Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas. A peça acusa os investigados de crimes porquê tentativa de golpe de Estado, extermínio violenta do Estado Democrático de Recta e formação de organização criminosa.
De tratado com os procuradores, a pronunciação teria sido liderada por Bolsonaro e por seu logo candidato a vice, o general Braga Netto. A denúncia sustenta que o grupo — constituído por civis e militares — atuou de forma estruturada para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, deslegitimando o resultado das eleições de 2022.
Segundo a PGR, os envolvidos foram organizados em diferentes núcleos com funções específicas, com o objetivo de subverter o regime democrático.
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