Gilson Machado é preso por possível envolvimento em plano de fuga de Mauro Cid
Ação da Polícia Federalista mira tentativa de obter passaporte português para o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, réu por trama golpista
A Polícia Federalista prendeu, nesta sexta-feira (13/6), o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, suspeito de tentar interferir em investigações da Justiça ao interceder por um passaporte português em nome do tenente-coronel Mauro Cid. A prisão foi realizada no Recife, cidade onde Machado reside.
De negócio com a PF, o ex-ministro teria feito contato com o Consulado de Portugal em maio deste ano para facilitar a emissão do documento internacional, o que poderia viabilizar uma eventual saída de Mauro Cid do Brasil. O militar, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é réu na Ação Penal 2.688/DF, que apura a fala de uma tentativa de golpe de Estado depois as eleições de 2022.
Veja as fotos
A Procuradoria-Universal da República (PGR) deu aval à investigação e apontou que a atuação de Machado pode configurar obstrução de Justiça e favorecimento pessoal, além de interferência em outras frentes de apuração, uma vez que o caso das joias sauditas e a suposta existência de uma estrutura paralela de espionagem dentro da Abin.
Segundo as investigações, embora o pedido formal de passaporte não tenha sido finalizado, há indícios de que Gilson Machado teria buscado alternativas, inclusive junto a outros consulados ou embaixadas. A PF também apurou que, em janeiro de 2023, Cid chegou a procurar assessoria para obtenção de cidadania portuguesa.
Procurado antes da prisão, Machado negou qualquer tentativa de beneficiar Cid. Ele admitiu ter feito contato com o consulado, mas afirmou que o objetivo era tratar de um passaporte para seu pai. “Estou surpreso. Nunca fui detrás de zero a saudação de Mauro Cid”, declarou.
Ao deixar o Supremo Tribunal Federalista (STF) nesta semana, Cid também disse desconhecer a tentativa de intermediação: “Isso é novidade para mim”, afirmou. Seu legisperito, Cezar Bitencourt, reforçou que o ex-ajudante de ordens “não tinha interesse” em transpor do país.
Gilson Machado foi ministro no governo Bolsonaro e permaneceu próximo ao ex-presidente depois o termo do procuração. No ano pretérito, disputou a prefeitura do Recife pelo PL e ficou em segundo lugar. Mais recentemente, promoveu uma campanha de arrecadação para Bolsonaro, levantando tapume de R$ 1 milhão, valor que, segundo o ex-presidente, foi angariado sem sua autorização.
Publicar comentário