Jovem baleado por delegado em Noronha fala de luta pela vida e amputação
Morador de Fernando de Noronha, Emmanuel trabalhava montando barracas nas praias da ilhota. Posteriormente ter a perna amputada em decorrência do ferimento do tiro disparado pelo representante, ele sonha em voltar a marchar
Em entrevista ao programa Encontro com Patrícia Poeta nesta terça-feira (27/5), o jovem Emmanuel Apory compartilhou porquê tem sido sua vida posteriormente ter sido baleado pelo representante Luiz Alberto Braga durante um evento de samba em Fernando de Noronha, Pernambuco, e, em decorrência do ferimento, ter a perna amputada.
Emmanuel descreveu o processo de recuperação porquê doloroso e emocionalmente desgastante. Ele precisou passa por quatro cirurgias.
“Está sendo uma readaptação, todo dia é uma guerra, creio que vou melhorar. Sinto dores, ainda vai levar um tempo para tirar os pontos e cicatrizar. Passei por quatro cirurgias, foi muita luta pela minha vida”, desabafou o ambulante, visivelmente impressionado.
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A transferência para Recife, onde recebeu cuidados médicos especializados, levou horas e marcou um momento de sofrimento também para sua família. “Foi um choque meu pai e minha mãe me ver numa leito de hospital. Foram 12 horas até chegar em Recife, na clínica. Minha mãe segurou a barra comigo”, relatou.
O incidente aconteceu durante um show, quando Emmanuel foi abordado pelo representante. De concórdia com seu relato, a motivação alegada por Luiz Alberto foi um suposto assédio à companheira dele — o que Emmanuel nega.
“Em momento nenhum assediei ela. Primeiro a conheci na ateneu, ajudei a ela montar equipamentos que ela não sabia recta, conversei porquê duas pessoas normais. Ela falou sobre o trabalho dela, perguntou se tinha interesse de ter uma nutricionista e falei que tinha, ela me passou o contato dela. Não teve malícia. Isso foi no sábado. No domingo, fui para o Possante, vi ela, vi que estava acompanhada, não cheguei, não falei, quando desci para ir ao banheiro, ele me esperava”, relatou.
Naquele momento, ele afirma que já se preparava para ir embora: “Estava muito tranquilo, era a última música do show, fui ao banheiro e ia para lar depois.”
Desafios da reparação
Morador de Fernando de Noronha, Emmanuel trabalha montando barracas nas praias da ilhota. “Tudo está sendo difícil, a legalização, sou uma pessoa ativa, precisar de ajuda para tudo. Vem sendo um processo difícil, nem tanto doloroso, mas, psicologicamente falando, uma barra. Tenho um companheiro que trabalha comigo e ele está lá tomando conta. É um trabalho pesado, marchar na areia vai ser complicado, corro muito, não consigo imaginar quando chegar na ilhota”, contou.
Com o sonho de voltar a marchar, ele lançou uma campanha online para recepcionar fundos para comprar uma prótese. O dispêndio, segundo ele, é saliente e inacessível para sua verdade atual. “É um sonho, custa muito custoso. Não condiz com a verdade da gente. Estou fazendo uma vaquinha, até agora consegui R$ 15 milénio.”
O caso ainda está em apuração pelas autoridades, e a conduta do representante segue sob estudo judicial e administrativa.
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