Mãe de Cazuza relembra o dia em que o cantor recebeu o diagnóstico de doença
Em entrevista ao portal LeoDias, Lucinha Araújo falou que leste foi o momento mais difícil da vida do rebento e dela também
Em uma rara e emocionante entrevista ao portal LeoDias, Lucinha Araújo, mãe do cantor Cazuza, abriu o coração ao relembrar o momento mais doloroso de sua vida: o dia em que soube que o rebento havia contraído o vírus HIV. A revelação aconteceu quando o artista tinha muro de 29 anos e ainda é uma ferida ocasião para ela, porquê contou à repórter Monique Arruda durante o lançamento da exposição Cazuza Exagerado: “Esse foi o dia mais triste da minha vida e continua sendo”, declarou ela nesta quinta-feira (12/6).
Lucinha contou que não foi o rebento quem deu a notícia. “Ele não me contou. O médico chegou a mim e ao pai dele. Eu achei estranho, um rapaz já grande, Cazuza tinha 28/29 anos, e eu disse: ‘Vamos lá, boa coisa não deve ser’. Nós chegamos lá e ele falou: ‘Teu rebento foi tocado pela Aids’. Eu falei: ‘Ele tem 30 anos. Você tem que expor isso para ele’”, recordou.
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Em seguida a conversa com o médico, ela e o marido, o produtor músico João Araújo, esperaram Cazuza em vivenda para apoiá-lo. “Foi muito triste. Mas na hora nós dissemos que a gente morria no lugar dele, mas ele não ia morrer. Mantivemos ele pensando assim uns três anos”.
Mesmo depois a morte do cantor, em 1990, Lucinha transformou a dor em missão. Criou a Sociedade Viva Cazuza, organização que por anos acolheu crianças soropositivas e hoje atua com adultos em situação de vulnerabilidade. “Os adultos são todos de baixa renda, dou cesta básica todo mês, dou remédios, conselhos… Portanto, faço um trabalho agora mais virado para os adultos”, explicou.
Em 2020, a instituição bateu a marca de 328 crianças e jovens assistidos pela instituição. Na era, Lucinha declarou o fechamento das atividades aos cuidados de crianças, pois a medicina avançou significativamente na prevenção e tratamento para esse público.
Aos 87 anos, viúva há uma dez e sem o rebento único, Lucinha segue firme na missão de manter viva a memória e o legado de Cazuza, tanto pela música quanto pela luta contra o preconceito e pela honra das pessoas que vivem com HIV. “Porquê ele deixou um legado muito grande, vivo para publicar a obra dele”, completou ela. O falecido marido foi fundador da gravadora Som Livre e um dos principais executivos da indústria fonográfica brasileira. Ele morreu em 2013, vítima de uma paragem cardíaca.
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