Ney Matogrosso conta como participou da própria cinebiografia: “não vetei nada”
Ney Matogrosso é um artista único na história do Brasil. Multifacetado, criado no palco e com uma complicação sem igual, a grande voz do rock e MPB ganha uma cinebiografia nesta quinta (1°/5). Aos 83 anos e ainda incansável, o cantor revelou porquê participou da produção assinada por Esmir Fruto e estrelada por Jesuíta Barbosa.
“A primeira conversa que eu tive com Esmir foi: As pessoas falam muita loucura, escrevem muita loucura a meu saudação, que são mentiras. Nesse filme não pode ter moca. Tudo que a gente colocar nele tem que ser verdade”, disse o cantor em coletiva de prelo, a qual o portal LeoDias marcou presença.
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Apesar da vistoria no roteiro e conversas com o diretor, Ney garante que não pediu nenhum veto ou que nenhuma secção de sua vida não fosse abordada no longa.
“Eu fiquei satisfeito quando eu vi o filme, porque tudo que tá ali é verdade. Sabe? Sem nenhum pudor de racontar a minha vida com o meu pai, com minha família, com os meus amores, sem pudor nenhum. Eu acho que esse tipo de pudor não cabe dentro de um de uma coisa dessa. Não para eu proibir ou vetar zero, para eu conferir, né?”, complementou.
Apesar de saber tudo o que aconteceria na tela, Ney não conseguiu sofrear a emoção ao ver o resultado das filmagens pela primeira vez.
“Quando eu vi a primeira vez, eu fiquei muito impactado. E eu não esperava, porque eu sou muito enrustido, muito durão, sabe? Mas a primeira vez eu cambaleei. Portanto eu acho que a coisa vista é muito mais possante do que a coisa lida”, afirmou.
E não é para menos. O filme aborda tópicos sensíveis da vida de Ney, seja com a sua puerícia difícil pela rigidez do pai, ou pela epidemia de Aids na dezena de 1980, que atingiu seu namorado na idade, Marco, e seu outro paixão, Cazuza.
“O Cazuza tinha essa imagem de antipático. Eu conheci um Cazuza dissemelhante. Um Cazuza amoroso, e oriente que eu queria no filme”, disse Ney. “A idade que lidamos com a Aids nós não tínhamos informação, e tinha muito preconceito. Hoje em dia temos muito mais informação e não temos mais essa doença tão possante”, complementou.
Para o cantor, o momento mais emotivo foi quando ele rememorou o momento em que Marco apareceu com o examinação de Aids positivo, enquanto Ney estava livre da doença. “Dormíamos na mesma leito…”, comentou.
Outro momento de atenção do longa foi o fecho. O projecto inicial foi mudado de última hora depois Ney Matogrosso e Esmir chegarem a uma desenlace.
“O filme acabaria comigo soltando animais, porque essa dimensão que eu tenho agora é uma dimensão de soltura de animais selvagens. Numa herdade e propriedade que eu tenho, que aparece no filme. Mas chegamos à desenlace que eu não estava jubilado. Que pareceria, né, que eu estava jubilado. A teoria foi de fechar com meu show no Allianz Parque em agosto de 2024. Ainda estou com tudo”, finalizou.
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