No topo da Prime, “Overcompensating” foge da lacração ao propor algo novo, mas esbarra no raso
A maior secção do seriado é retratado com uma performance tosca de heterossexualidade que ficou paragem nos anos 2000, além de uma legião de personagens caricatos e com pouco enredo
Novidade do Prime Video, “Overcompensating” mostra a jornada de Benny, um desportista de Idaho recém-ingressado na faculdade, para admitir sua sexualidade. Com um humor ácido e personagens irreverentes, a série chegou ao topo do streaming no Brasil e no mundo e prova que o público buscava por uma abordagem dissemelhante a histórias LGBTQIA+, apesar do show furar vários parênteses e não fechar nenhum.
Ao contrário de “Heartstoper”, vitória da Netflix, “Overcompensating” não quer ensinar zero a ninguém. Tampouco dar prelecção de moral. A já malfadada lacração passa longe dessa série, que possui aspectos de comédia besteirol, politicamente incorreto e apelidada de “American Pie gay”.
Apesar de um acerto no formato, a comédia por vezes deixa a desejar, sobretudo para o público recíproco fisgado pelo hype do sucesso.
A maior secção do seriado é retratado com uma performance tosca de heterossexualidade que ficou paragem nos anos 2000, além de uma legião de personagens caricatos e com pouco enredo.
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Benny, o protagonista, primeiro precisa se convencer de que ele é gay, ao contrário do desportista hétero que ele sempre tentou ser.
Essa jornada é rasa e de solução simplória, além da falta de carisma do ator (exceto no magnífico número em que ele canta “Super Bass”, que é hilário).
A outra protagonista é Carmen, que vive o luto da morte do seu irmão enquanto tenta se encaixar com sua própria personalidade. Por incrível que pareça, mais coisas acontecem com ela do que com o outro protagonista.
Porém, tudo sem propósito qualquer de evolução ou construção de personagem. Porém, a atriz Walter Barren transborda carisma e está muito muito no papel.
O ator mais publicado na trama é Adam Dimarco, que foi genial na segunda temporada de “White Lotus”.
Interpretando um jovem rico e maluco, ele força a barra na medida certa e possui um bom roda de salvação, apesar de também ter uma solução de narrativas completamente irrisória.
O maior acerto da série é, sem sombra alguma de incerteza, Hailee, colega de quarto de Carmen. Com um humor certeiro para a geração Z e uma personalidade vibrante, a atriz Holmes prova que merece papéis de destaque e entrega o grande meme de “Overcompensating”.
Ela sim faz jus ao “American Pie” e comédia besteirol. Um spin-off sobre ela já pode entrar em produção!
O envolvente universitário mal existe ali. Há poucas cenas de aulas e todos os personagens são intelectualmente medíocres. Mesmo erro de “Sex Lives of College Girls”, da HBO MAX.
Estamos cansados de histórias de colegial para ver onde adolescentes querem estudar e uma vez que vão mourejar com a intervalo dos amigos e da familia.
A faculdade é uma temporada mágica e cenário ideal para mostrar sazão e propor discussões mais adultas. Quem sabe na segunda temproada…
Para falar de aspectos positivos, a trilha sonora é um show. Com Lady Gaga, um monte de Charli XCX (que é produtora da série) e Sky Ferreira, o som é temático e conversa muito com o público.
Tecnicamente, “Overcompensating” possui alguns equívocos de direção e de montagem, mas acerta na maior secção do tempo.
No mais, se você procura dar risada sem compromisso, “Overcompensating” é o ideal. Mesmo com criticas e objeções, a série é divertidíssima e pode quebrar o gelo de maneira irretocável.
(SPOLEIR)
Para a segunda temporada, o drama vai borbulhar com a invenção de todos sobre a sexualidade de Benny, o que pode ser um ótimo gancho para boas histórias LGBTQIA+.
O público pede por isso. A irreverência de “Overcompensating” faz muito muito, resta agora atingir no drama para termos qualquer impacto maior do que exclusivamente diversão. Mas também, talvez nem seja essa a intenção.
Nota: 6,5
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