Opinião: “Dona de Mim” discute identidade racial com sensibilidade e sem militância exagerada

Criadora de “Dona de Mim”, Rosane Svartman vem se consolidando porquê autora que sabe tratar temas delicados com humanidade, emoção e sem precisar levantar bandeiras. É assim novamente na atual romance das sete da Mundo. Um dos destaques mais interessantes da história, que estreou recentemente, é a forma porquê ela aborda a experiência de crianças negras adotadas por famílias brancas — e o impacto disso quando a questão racial não é discutida dentro de lar.

Sofia (Elis Cabral) é uma pequena negra, satisfeito, rebuçado e enxurrada de vida, criada por Abel (Tony Ramos), que ela acredita ser seu pai biológico. Samuel (Juan Paiva), também preto e também adotado pelo milionário, vive uma trajetória dissemelhante, mas também enxurrada de camadas. Ambos são retratados porquê jovens felizes, cheios de vida, o que torna o tema ainda mais potente — porque não segmento da dor, e sim da complicação.

A abordagem lembra a da série americana “This Is Us”, que também discutiu, com muita delicadeza, o que significa ser uma rapaz negra em um lar branco. E “Dona de Mim” faz isso sem discursos prontos, sem frases de efeito, sem militância engessada. Tudo vem no olhar, nas entrelinhas, nos silêncios e se intensificará nos capítulos mais avante quando Leona (Clara Moneke) resolver ajudar Sofia a desvendar de onde veio. O roteiro confia na perceptibilidade do público — e isso é vasqueiro.

Outro ponto cimo é ver Juan Paiva numa chave que raramente lhe é oferecida. Seu Samuel é ligeiro, afetuoso, sorridente. Zero de sofrimento permanente ou personagens pesados. É um respiro vê-lo em cena, brilhando com naturalidade. Com esse núcleo, “Dona de Mim” mostra que é provável discutir identidade, pertencimento e racismo estrutural de forma sensível, contemporânea e sem subestimar quem assiste.