Pendrive e diário: João Emanuel Carneiro corrige erro de “Avenida Brasil” em “Mania de Você”

Na romance “Avenida Brasil”, João Emanuel Carneiro foi escopo de críticas quando a personagem Nina, interpretada por Débora Falabella, não guardou as fotos comprometedoras de Carminha (Adriana Esteves) em um pendrive, perdendo assim a chance de prometer provas mais concretas contra a vilã. Agora, anos depois, o responsável parece revisitar a valor de proteger informações de maneira mais segura em sua novidade trama, “Mania de Você”.

Na romance das nove da Mundo, Molina (Rodrigo Lombardi), um hacker experiente, pedirá a Luma (Agatha Moreira) que procure um quotidiano escondido na vivenda de Mavi (Chay Suede). O curioso é que, para alguém tão familiarizado com o mundo do dedo, Molina sabe muito muito que nem toda informação deve ser armazenada na nuvem ou em dispositivos eletrônicos.

Luma, intrigada, questionará por que um hacker faria anotações em papel, e a resposta de Molina trará uma reflexão importante para os dias atuais: “Justamente por ser um hacker é que eu sei que nenhuma informação está totalmente segura na rede. Tem coisas que, por incrível que pareça, só podem permanecer no papel. Material, palpável.”

Essa fala trará à tona um tema necessário: a segurança da informação em tempos de vigilância do dedo e ataques cibernéticos constantes. Embora a tecnologia tenha revolucionado a forma uma vez que armazenamos e acessamos dados, ela também tornou essas informações vulneráveis a hackers, vazamentos e invasões de privacidade.

Para Molina, um caderno ou quotidiano não pode ser hackeado. Documentos físicos, desde que muito guardados, estão protegidos de ameaças digitais, uma vez que malwares, ransomwares e interceptações de dados. Ao contrário de arquivos digitais, que podem ser copiados ou acessados remotamente, documentos físicos estão sob controle direto do proprietário. Só quem realmente tem entrada ao lugar onde o documento está guardado pode consultá-lo.

Uma vez que nas novelas de João Emanuel Carneiro, provas físicas, uma vez que um quotidiano com anotações, podem ter um peso maior em investigações, servindo uma vez que evidência tangível, com escrita de próprio punho, assinaturas e até mesmo detalhes uma vez que manchas ou marcas que reforçam a autenticidade.

Na vida real, muitos especialistas em segurança da informação afirmam que algumas anotações sensíveis — uma vez que senhas de cofres, combinações de segurança e até registros financeiros — são mais seguras se mantidas fora do envolvente do dedo. Empresas de lucidez e até agências governamentais muitas vezes recorrem a documentos físicos para evitar vazamentos.

João Emanuel Carneiro, ao trazer novamente essa discussão para a tela, reflete sobre a crédito e a fragilidade da informação na era do dedo. Se em “Avenida Brasil” o erro de não proteger uma prova foi visto uma vez que uma lacuna imperdoável pelo público, em “Mania de Você”, o responsável parece antecipar a valor de um método “à tendência antiga” para manter segredos realmente seguros.

Por fim, às vezes, o bom e velho papel ainda é o meio mais confiável para velar aquilo que não pode — e nem deve — ser revelado.