Popload acerta de novo ao apostar em boas atrações e Norah Jones rouba a cena
Quando pensamos nos festivais de música hoje em dia, vem à cabeça os fogos de artifício, estrutura grandiosa, milhares de ativações de marcas, roda gigante, tirolesa, etc. O som sempre vem em último lugar. Exceto no Popload, que em sua sétima edição, acertou em pleno, mais uma vez, em priorizar bons artistas porquê Norah Jones, St. Vincent, Laufey e Samuel Rosa.
Em um sábado indiferente em São Paulo, o Parque do Ibirapuera recebeu um considerável público, ávido por boa música. Apesar de parecer ruim um evento não estar lotado, no Popload isso significou um festival sem perrengues. Fácil de entrar, fácil de trespassar e fácil de se transitar.
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Para quem foi somente presenciar Norah Jones, foi apresentado a um setlist diverso. Sobrevoando pelo pop e pelo rock, o lineup teve para todos os gostos e gerações.
Pela tarde, por exemplo, Kim Gordon arrebatou a plateia com o seu trabalho solo, em seguida lucrar glória pelo rock recíproco do Sonic Youth. Apesar de ter sido um som mais morno do que o público mais leal dela esperava, todos curtiram o som.
Para atrações nacionais, o destaque foi o Terno Rei com Samuel Rosa. Em um show pleno de hits, a filarmónica e o ex-Skank fizeram uma orquestra de pop/mpb muito executada.
A atração mais jovem foi Laufey, que foi uma grata surpresa para o público mais sênior do Popload. Com vocais no ponto e uma apresentação divertida, a islandesa mostrou o porque vem crescendo cada vez mais. Para quem deseja investigar seu trabalho mais a fundo, fica a indicação do ótimo álbum “Bewitched”.
Logo em seguida veio St. Vincent, com uma ópera-rock muito executada. Vencedora do Grammy de Melhor Álbum de Rock e Música de Rock em 2025 com o “All Born Screaming”, a americana divertiu o público e fez um show de tirar o fôlego. Com um carisma transbordante e uma boa filarmónica de esteio, ela justifica o título de novidade musa do rock.
Norah Jones
A headliner, a mais esperada, era Norah Jones. Musa do pop acústico, folk e jazz dos anos 2000, mas que faz sentido até hoje. E promoveu uma verdadeira catarse para todos os presentes por ali.
Com uma filarmónica enxuta, todos próximos e sincronizados, a americana provou porque é atemporal. Música boa e muito executada, de cabo a rabo. Nem mesmo um breve problema técnico ou a performance “apressadinha”, que terminou em 1h15, conseguiram colocar defeito no show.
O talento quase sobrenatural de Norah no piano já é muito espargido pelo público. Porém, ao vivo, é outra coisa. Não somente no piano, mas também no teclado elétrico e na guitarra. A todo momento, ela toca qualquer instrumento com maestria e canta perfeitamente.
Mesmo para quem não conhece seus hits mais famosos, porquê “Don’t Know Why” e “Come Away With Me”, a diversão foi contagiante e fez todo mundo trovar ou transfixar um sorriso de ouvido a ouvido.
Norah Jones é a prova de que, por mais que um artista novato seja capaz de emplacar um hit no TikTok, o que rende 20 anos de superioridade sempre será o talento. Fazer música com o coração. Isso a americana faz com o pé nas costas.
Quem vos escreve espera ansiosamente por uma novidade apresentação da artista no Brasil.
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