Ramagem nega uso da Abin para apurar urnas e envio de cartas a Bolsonaro

Depois o Supremo Tribunal Federal (STF) interrogar Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, foi a vez de ministros e advogados ouvirem o ex-diretor da Escritório Brasileira de Perceptibilidade (Abin) e deputado federalista Alexandre Ramagem (PL-RJ).

Ambos são réus no sindicância que investiga um suposto projecto golpista articulado por Jair Bolsonaro e seus aliados para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito para seu terceiro procuração.

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LeoDiasTV/Gustavo Bezera (PT)

Mauro Cid fala ao STFReprodução/TV Justiça

Jair Bolsonaro e Mauro CidReprodução: Facebook/Jair Bolsonaro

Mauro Cid fala ao STF para prestar esclarecimentos no sindicância que investiga o projecto golpistaReprodução/Escritório Brasil

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Durante seu prova, Ramagem negou ter utilizado a estrutura da Abin para investigar fraudes nas urnas eletrônicas, muito porquê a geração de um grupo de trabalho com esse objetivo.

O deputado também afirmou que publicações feitas por ele nas redes sociais não necessariamente refletem seu pensamento, e, por isso, não devem ser interpretadas porquê posicionamentos oficiais. “Houve duas publicações minhas no Twitter que diferem do meu pensamento sobre as urnas. No meu privado, quando coloco um ataque, é uma forma de discutir”, disse.

Questionado sobre um documento que listava procuradores supostamente contrários a Bolsonaro, Ramagem alegou ignorância. “Deve ser mais um documento que não foi para frente. Não houve diligência ou nenhum trabalho sobre isso”, afirmou.

Entre os documentos do sindicância há cartas escritas por Ramagem destinadas a Jair Bolsonaro. O ministro Alexandre de Moraes questionou o teor, mas o deputado alegou que, embora tenham sido redigidas, as cartas nunca foram enviadas.

“Eu escrevia textos privados que me ajudavam a organizar ideias para, se verosímil, em qualquer momento, promover qualquer debate”, justificou.