Vídeo de MC Poze em baile com traficantes armados foi peça-chave para prisão do cantor
A gravação em questão mostra Poze cantando em um dança funk na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio, enquanto criminosos fortemente armados assistiam ao show
Um vídeo que viralizou nas redes sociais nos últimos dias, mostrando o cantor MC Poze do Rodo se apresentando diante de homens armados com fuzis, foi um dos principais elementos que levaram à prisão do artista na madrugada desta quinta-feira (29/5). A detenção foi realizada por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), da Polícia Social do Rio de Janeiro, no contexto de uma investigação por apologia ao delito e envolvimento com o tráfico.
A gravação em questão mostra Poze cantando em um dança funk na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio, enquanto criminosos fortemente armados assistem ao show — e registram a cena com celulares, sem qualquer tentativa de ocultar a identidade. O teor viralizou há murado de 15 dias e, segundo a polícia, reforçou suspeitas de que o funkeiro mantém vínculos com uma das maiores facções do estado.
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De congraçamento com a DRE, os eventos em que MC Poze se apresenta ocorrem exclusivamente em áreas controladas pelo Comando Vermelho. Segundo os investigadores, traficantes armados estariam presentes nessas festas com o objetivo de prometer a “segurança” do cantor e do público.
Outrossim, o repertório das apresentações também chamou a atenção da polícia. Conforme descrito no interrogatório, as canções do artista “faz clara apologia ao tráfico de drogas e ao uso proibido de armas de incêndio” e “incita confrontos armados entre facções rivais, o que frequentemente resulta em vítimas inocentes”.
A delegacia afirma ainda que os bailes organizados com shows de Poze são utilizados pela organização criminosa uma vez que instrumento para alavancar lucros: “para aumentar seus lucros com a venda de entorpecentes, revertendo os recursos para a compra de mais drogas, armas de incêndio e outros equipamentos necessários à prática de crimes”.
A Polícia Social alega que o teor promovido pelo funkeiro ultrapassa os limites do que é protegido pela Constituição: “A Polícia Social reforça que as letras extrapolam os limites constitucionais da liberdade de sentença e artística, configurando crimes graves de apologia ao delito e associação para o tráfico de drogas. As investigações continuam para identificar outros envolvidos e os financiadores diretos dos eventos criminosos”.
O caso mais recente, que reacendeu o alerta das autoridades, aconteceu dias antes da morte do policial social José Antônio Lourenço, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), durante uma operação na mesma região. Não é a primeira vez que Poze é flagrado em festas com presença ostensiva de traficantes: em 2020, ele também foi visto em um evento no Jacaré com cenário semelhante.
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